quinta-feira, 27 de maio de 2010

Companheiro de viagem


"Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milenio.As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais como uma dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para a nossa felicidade, nascida com o romantismo, está fadada a desaparecer, neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. A palavra de ordem deste século é PARCERIA. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de vontade. Eu gosto e quero a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão aprendendo que se sentem fração, mas na verdade, são inteiras. O outro, com o qual estabelece um elo, também se sente da mesma forma. Não é príncipe ou salvador. É apenas um companheiro de viagem. Essa nova era de individualidade não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova fase do amor, ou mais amor, visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.

Essa fase nova do amor só é possível para aqueles que conseguem trabalhar a sua individualidade. E ficar sozinho não é vergonhoso. As boas relações afetivas são parecidas com o ficar só, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor entre duas pessoas inteiras é bem mais saudável e nesse tipo de ligação há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado."

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